É uma coisa que parece bobagem para algumas pessoas, mas no último domingo (23/01) nasceu a minha sobrinha, Eduarda. O estranho é como ficamos "bobos" com isso, parece que a filha é minha!
Bom... Foi só para dividir minha alegria mesmo. Segue o texto:
Confessar
Hoje acordei mudo.
Talvez seja mesmo uma questão de confessar a mim mesmo, já que agora sou incapaz de fazer uma canção para unir todas as partes do meu pensamento, que vagam e se perdem.
Sinto o alívio imediato, quando a ponta do lápis rasga as feridas e extrai o veneno, exceto quando a ferida volta a sangrar.
Confessando a mim, hoje vejo que poucas feridas sangram, que se talvez não fosse pela amnésia crescente, centenas de feridas jorrariam memórias conflitantes.
Mas já não se confessa o hoje, e o passado, já sufocado, envelhece mudo. Pois o medo de confessar hoje ao mundo, torna-se parte de um tudo que não pode mudar.
Sei que do passado ao presente, esta vida já mudou constantemente, esquecendo a ferida latente, que hoje se fecha e fenece, como uma flor agonizante no leito de morte do inverno frio.
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